INOVAÇÃO

Estudante da UFMG de 23 anos cria teclado que combate tendinite; conheça

Aluno do curso de ciência da computação afirma que criação promete unir conforto, tecnologia e saúde

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O estudante de Ciência da Computação no Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Kael Soares Augusto, de 23 anos, criou o Kaly42, um teclado ergonômico que combate a tendinite (inflamação de um tendão, que liga os músculos aos ossos), comum em pessoas que usam computador regularmente.


O teclado possui 42 teclas, por isso o nome. “Kaly” é o nome do mascote, estampado na criação de Kael, um “paquímetro/coelho” sorridente, nas palavras dele. Paquímetro é uma ferramenta de medição que permite determinar a distância entre dois lados opostos de um objeto com precisão.


O principal objetivo do aluno é unir tecnologia, saúde e ibilidade. Segundo ele, o design final seguiu ideias de teclados ergonômicos que já existem, mas com os conceitos aplicados “ao extremo”, na prática. O resultado foi um teclado bem diferente do que estamos acostumados a encontrar nas lojas.


“A aparência é bem diferente do comum, mas é significativamente mais confortável. Os tamanhos foram feitos com base na minha mão e o que era confortável para mim e para outros de acordo com os relatos nas comunidades de teclado. Por fim, devido ao seu firmware, o QMK (software de código aberto revolucionário que permite uma personalização profunda do seu teclado mecânico), o teclado inteiro é macro, as teclas que podem ser quaisquer outras teclas ou combinações de teclas”, explica Kael.


O teclado surgiu para ser uma ferramenta na luta contra a tendinite, condição que acomete Kael. Ele justifica que um dos motivos que o levou a ter a doença foi uso repetitivo dos teclados mecânicos.


Quando perguntado sobre as diferenças do Kaly para um teclado de computador comum, ele cita as três principais: “O Kaly é ergonômico, portátil e customizável. Ao olhar para o teclado, a primeira coisa a se notar é que o teclado tem duas metades. Isso ajuda o usuário a separar mais as mãos, o que corrige e abre a postura do peito e do ombro, além de ocupar quase metade do espaço da mochila", relata.


100% customizável

Além disso, o aluno da UFMG disse que as teclas não são em linha reta porque, dessa forma, é possível acompanhar a largura dos dedos de forma confortável, assim, o usuário não precisa mexer o punho para alcançar as teclas confortavelmente. “O que combina bem com o fato de que todas as teclas estão a no máximo uma tecla de distância da posição de descanso dos dedos no teclado."

Por fim, o criador destaca que o Kaly é 100% customizável. "Qualquer tecla ou combinação de teclas pode ser qualquer outra tecla ou combinação de teclas. Por isso que, apesar de ter menos teclas, o Kaly 42 consegue fazer muito mais que um teclado comum”, diz. 


Atualmente, ele não pretende comercializar o teclado devido às dificuldades com taxas e importações no Brasil, apesar de já ter recebido propostas ao redor do mundo de pessoas interessadas.

Apesar de ter menos teclas, o Kali 42 consegue fazer muito mais que um teclado comum
Apesar de ter menos teclas, o Kali 42 consegue fazer muito mais que um teclado comum Arquivo Pessoal


Desafios da criação 


O estudante conta que, no início, desconhecia um software eficaz para colocar suas ideias em prática. Ele teve que aprender o básico sobre circuitos eletrônicos. Esse foi o primeiro desafio encontrado. Mas logo ele descobriu o Kicad: “software livre e com open source (código-fonte publicamente disponível)”.


Além disso, ele contou com a ajuda de blogs, fóruns e comunidades sobre o assunto. O outro obstáculo foi a falta de componentes para fazer o teclado no Brasil. O jovem precisou recorrer a sites com produtos fabricados na China.


Próximos os


Em julho ou agosto, Kael pretende fazer novos protótipos, que, neste momento, ainda estão na “fase das ideias”. No futuro, serão atualizações do Kali.


“As antigas sempre estarão disponíveis, pois serão mais íveis graças à simplicidade delas. As melhorias que mais me atraem atualmente são teclas hot swap (podem ser retiradas ou substituídas), uma versão com mais teclas para conter os números em cima das letras e e para uma case impressa em impressora 3D para o teclado”, fala.


Contudo, ele disse haver um empecilho para que as próximas versões se tornem realidade: “A prototipagem é bem custosa, já que as peças vêm do exterior com taxas e há poucos vendedores de algumas das partes, levando a preços bem altos”, afirma. 

Kael aconselha estudantes com grandes ideias


Quando perguntado sobre qual o conselho que ele dá para colegas que têm ideias e querem colocá-las em prática, mas não sabem como, Kael disse que a melhor dica é apenas começar: “Não entender por onde começar ou não ter os conhecimentos para construir suas ideias é algo bem normal, mas não é necessário saber tudo para começar. A grande maioria do projeto eu aprendi ao longo do processo”, aconselha.


Outra dica que o jovem dá é procurar comunidades nas redes sociais que se interessam pelo mesmo assunto. No caso dele, Reddit, Lemmy e Discord foram essenciais para encontrar “conteúdos de qualidade”. 

Mascote do teclado Kaly é um
Mascote do teclado Kaly é um 'paquímetro/coelho' sorridente Arquivo Pessoal


Quem é o Kael fora da universidade


Fora da universidade, Kael se define como um entusiasta da computação, apaixonado por jogos digitais e por explorar hobbies variados.


Ao longo dos anos, já se dedicou ao desenho, à animação, ao desenvolvimento de jogos e à música, tendo tocado piano e, mais recentemente, violão. Também carrega consigo um forte interesse pelo ensino: no fim do ensino médio, atuou como monitor em disciplinas como matemática, física, química e biologia, oferecendo aulas de reforço durante as tardes.


Ele mantém um canal no YouTube chamado Dwctor, onde compartilhou vídeos sobre o desenvolvimento do Kaly42, incluindo sua trajetória desde o interesse por teclados mecânicos até a criação de um modelo ergonômico.

Kael celebra conquistas recentes, como a montagem do próprio teclado e a compra do computador dos sonhos, marcos que, segundo ele, têm proporcionado experiências inéditas, especialmente por ter evitado o uso de redes sociais por bastante tempo.


O estudante sonha em transformar o interesse por tecnologia em conteúdo on-line, com vídeos e transmissões ao vivo sobre computadores, teclados e jogos. 


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No longo prazo, deseja concluir a graduação com êxito e se tornar um programador de excelência, combinando conhecimento técnico com a paixão por compartilhar o que aprende.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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