Dom Nivaldo dos Santos Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, presidiu uma missa neste domingo (25/5) para os detentos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) Betim, na Grande BH, como parte das celebrações da Igreja para o ano jubilar de 2025. O guia para os trabalhos é a bula “Spes Non Confundit”, escrita pelo Papa Francisco (1936-2025), traduzida do latim como “a esperança não engana”.

Segundo o bispo, a bula promove o convite para “se aproximar dos sinais de esperança".

“Uma destas realidades é, sem dúvida, esta triste, mas, ao mesmo tempo, esperançada realidade de recuperação que vivem nossos irmãos e irmãs nos sistemas de recuperação do universo prisional. Então, celebrar esta Santa Missa é nos aproximar deste ambiente de vulnerabilidade para chamar a atenção do nosso coração, que precisa crescer na esperança de que o ser humano, a sua vida, os seus direitos, são inegociáveis. E só podemos avançar nesta direção, que é a direção da construção da paz, através da nossa presença, do nosso testemunho e do nosso esforço para dar as mãos a quem sonha com a liberdade, com a vida, enchendo o coração de esperança".

A missa foi realizada no dia seguinte ao Dia Nacional do Detento, celebrado em 24 de maio, na Apac Betim. O espaço tem capacidade para até 200 detentos, divididos entre os regimes semiaberto e fechado, no qual os recuperandos podem trabalhar ali mesmo ou realizar serviços fora da unidade.

"Ação de Deus"

Dom Nivaldo explica que a escolha da data da celebração não foi pensada para coincidir com a data nacional, pois a programação para visitar locais de vulnerabilidade já estava definida anteriormente, mas enxergou nesta coincidência uma “ação de Deus” no trabalho de evangelização.

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“A Pastoral Carcerária obedece a um mandato do Senhor, que está presente no capítulo 25 do evangelho de São Mateus. ‘Estive preso e fostes me visitar’. Vir aqui, encontrar pessoas reclusas por causa de seus delitos, mas, ao mesmo tempo, cheias de esperança de uma reinserção social a partir de uma recuperação, significa estender as nossas mãos, mas, mais ainda, vir aqui e aqui encontrar o Cristo, pois ele está presente em cada pessoa, e principalmente naqueles que mais precisam. E aqui são os que mais precisam, porque são pessoas empobrecidas. E muitos deles, eu diria 100%, empobrecidos materialmente, mas também empobrecidos espiritualmente por causa de seus próprios delitos. E encontrá-los é encontrar Cristo, que se faz presente no coração e na vida dos pobres".

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