Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Papa Francisco terá que ar pelo processo de beatificação antes de se tornar papa crédito: Tupi - Pablo Oliveira
Embora dois dos últimos cinco papas tenham sido canonizados (considerados santos), o simples fato de liderar a Igreja Católica não garante a santidade. Por isso, o papa Francisco, mesmo sendo uma figura popular e reformista, também precisará ar por um rigoroso processo caso venha a ser considerado para a canonização no futuro.
Mas nem sempre foi assim. Nos primeiros séculos da Igreja, ser papa quase automaticamente significava alcançar a santidade. São Pedro, considerado o primeiro pontífice da Igreja Católica, é um dos 48 dos primeiros 50 papas que foram declarados santos. Porém, com o ar do tempo, o cenário mudou: atualmente, apenas 80 dos 266 papas que existiram foram canonizados.
Além disso, outros 11 papas estão na lista de beatificados — a etapa anterior à canonização. Isso mostra que, hoje, a santidade não é automática, mas resultado de um longo e criterioso processo.
Para que alguém seja declarado santo, primeiro é preciso ser reconhecido como "venerável", após uma investigação minuciosa conduzida pelo Dicastério das Causas dos Santos, no Vaticano. Essa análise avalia a vida, as virtudes e os escritos do candidato.
Fiéis comparecem à cerimônia fúnebre do Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano Tiziana FABI / AFP
Carregadores levam o caixão do Papa Francisco dentro da Basílica de São Pedro, no final da missa da cerimônia fúnebre Tiziana FABI / AFP
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, a primeira-dama , Rosangela Lula da Silva Alberto PIZZOLI / AFP
(1ª FILEIRA - DA E PARA A dir.) O presidente dos EUA, Donald Trump, e sua esposa, Melania Trump, o presidente da Estônia, Alar Karis, o rei da Espanha, Felipe VI, (2ª FILEIRA) O presidente da Polônia, Andrzej Duda, e sua esposa, Agata Kornha-Duda, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e a primeira-dama, Liza Araneta Marcos
Isabella BONOTTO / AFP
O cardeal italiano Giovanni Battista Re abençoa o caixão do Papa Francisco Tiziana FABI / AFP
O cardeal italiano Giovanni Battista Re abençoa o caixão do Papa Francisco AFP
Cardeais comparecem à cerimônia fúnebre do falecido Papa Francisco na Praça de São Pedro, no Vaticano Filippo MONTEFORTE / AFP
Mulher chora em último adeus ao papa Piero CRUCIATTI / AFP
Participantes, líderes mundiais, membros da realeza e membros do clero no funeral do papa AFPAndreas SOLARO / AFP
Gárgula observando a cerimônia fúnebre do Papa Francisco na Praça de São Pedro Filippo MONTEFORTE / AFP
Fiéis choram a morte do papa Isabella BONOTTO / AFP
Membros do público seguram uma faixa com os dizeres "Muito humano" Alberto PIZZOLI / AFP
Pessoas se reúnem na Via della Conciliazione durante a cerimônia fúnebre do Papa Francisco, perto do Vaticano HENRY NICHOLLS / AFP
Voluntário acende uma vela no memorial do Papa Francisco durante o funeral do pontífice JEFF PACHOUD / AFP
Freiras esperam sob uma faixa com a inscrição em italiano "Obrigado, Francisco" durante a cerimônia fúnebre do papa, no centro de Roma Piero CRUCIATTI / AFP
Carregadores levam o caixão durante a cerimônia fúnebre na Praça de São Pedro Filippo MONTEFORTE / AFP
Pessoas se reúnem ao longo da Via dei Fori Imperiali enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore AFPDamien MEYER / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis tiram fotos com seus celulares do caixão enquanto papa é transportado de papamóvel da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore HENRY NICHOLLS / AFP
Fiéis assistem agem do caixão do papa Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis se despedem do papa Francisco Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel Piero CRUCIATTI / AFP
Fiéis se reúnem ao longo do trajeto enquanto o caixão do Papa Francisco é transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maggiore no papamóvel Piero CRUCIATTI / AFP
Pessoas carentes seguram rosas brancas enquanto o caixão do Papa Francisco chega para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore Stefano Costantino / AFP
Cortejo leva Francisco à Basílica de Santa Maria Maggiore Piero CRUCIATTI / AFP
Carregadores levam o caixão do falecido Papa Francisco para a Basílica de Santa Maria Maggiore, seu local de descanso final Stefano Costantino / AFP
Cortejo leva Francisco à Basílica de Santa Maria Maggiore Piero CRUCIATTI / AFP
Corpo de Francisco chega à Basílica de Santa Maria Maggiore Piero CRUCIATTI / AFP
Caixão de Francisco antes de entrar na Basílica de Santa Maria Maggiore Piero CRUCIATTI / AFP
O caixão do Papa Francisco levado por carregadores até a Basílica de Santa Maria Maggiore AFP
Carregadores levam o caixão do falecido Papa Francisco, seguidos por membros do clero Andreas SOLARO / AFP
Depois, é necessário comprovar um milagre atribuído à intercessão da pessoa, o que permite a beatificação. Um segundo milagre é exigido para a canonização definitiva. No fim, a decisão final cabe ao papa em exercício.
João XXIII e João Paulo II foram os últimos papas a serem canonizados, em uma cerimônia conjunta presidida pelo próprio Papa Francisco, em 2014.
Historicamente, o processo de canonização levava séculos: de 1588 a 1978, o tempo médio era de 262 anos após a morte, segundo a pesquisadora Rachel McCleary, da Universidade de Harvard. Esse número caiu para pouco mais de 100 anos nos últimos três papados, impulsionado por mudanças feitas por João Paulo II, que reduziu o período de espera obrigatório para iniciar a causa de canonização para cinco anos.
Esse tempo, no entanto, pode ser dispensado. João Paulo II foi canonizado apenas nove anos após sua morte, com forte pressão popular. Durante seu funeral em 2005, multidões gritaram "Santo, subito" ("Santidade agora"). Seu sucessor, Bento XVI, atendeu ao apelo e acelerou o processo.
A velocidade da canonização de João Paulo II, contudo, gerou questionamentos. Um relatório do Vaticano de 2020 indicou que o pontífice pode ter ignorado acusações de abuso sexual envolvendo o ex-padre Theodore E. McCarrick. A revelação levantou dúvidas sobre se a canonização de João Paulo II não teria ocorrido de maneira precipitada.
Esses episódios mostram que, apesar da popularidade, o caminho até a santidade é cheio de etapas rigorosas e análises profundas — algo que também deve ser levado em conta se, um dia, o papa Francisco for indicado para se tornar santo.