O projeto República Jenipapo promove na próxima terça, às 19h, uma conversa sobre o livro “O vazamento: memórias do ano em que o Wikileaks chacoalhou o mundo” (Fósforo), de Natalia Viana (foto). Com apresentação de Heloisa Starling, o encontro terá a participação de outro repórter investigativo, o mineiro Daniel Camargos.

Ele lembra que Natalia foi a única jornalista brasileira no núcleo que analisou 250 mil telegramas diplomáticos dos EUA pelo Wikileaks em 2010. “O livro é um relato íntimo de Natalia e uma reflexão poderosa sobre o papel do jornalismo na era digital. Ela é uma das jornalistas mais importantes de sua geração — pelo que revelou e, principalmente, pelo que construiu”, analisa Camargos.


Natalia Viana integrou o grupo de jornalistas comandado por Julian Assange e articulou a participação de veículos brasileiros que publicaram a notícia exclusiva. “O furo expôs a interferência dos EUA em temas estratégicos do Brasil como o pré-sal e a política externa”, lembra o repórter.


Depois da experiência, Natalia cofundou a Agência Pública de Jornalismo Investigativo, que conta atualmente com uma equipe de quase 40 jornalistas dedicados a revelar arbitrariedades e ilegalidades cometidas no país, em especial o desrespeito aos direitos humanos e às agressões ambientais.

“Natalia não romantiza o jornalismo, mas também não o reduz a uma função técnica. Mostra como a boa reportagem exige sensibilidade, visão estratégica e um compromisso firme com a busca pela verdade — mesmo quando ela incomoda”, acredita Daniel Camargos. Parceria com a UFMG, o projeto é realizado na área externa da Livraria Jenipapo (R. Fernandes Tourinho, 241, Savassi) e começa às 19h, com entrada franca.

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