Bolsonaro contraria pesquisa e diz que 'maioria do povo apoia a anistia'
Bolsonaro afirmou que a cabeleireira Débora Rodrigues não cometeu os crimes pelos quais ela está sendo julgada pelo STF
compartilhe
Siga noJair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (6/4), em um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, que a maior parte da população brasileira é favorável a anistia dos bolsonaristas que invadiram, depredaram e pediram intervenção militar na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
"Na semana ada, um evento neste mesmo local, do PT e do PSOL, vieram falar contra a anistia e pela prisão do Bolsonaro. Contra a anistia eles já perderam essa guerra. A maioria do povo brasileiro entende as injustiças e quer que a Câmara e o Senado façam justiça”, afirmou, relembrando o ato convocado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) a favor da punição.
Leia Mais
Desmentindo Bolsonaro, uma pesquisa da Genial/Quaest divulgada neste domingo contradiz as falas do ex-presidente. O levantamento revelou que 56% dos brasileiros são contra anistiar os condenados pelos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Contra 34% que defende perdão ao grupo que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
- Várias pessoas recusaram acordo por defenderem golpe de Estado, diz Moraes
- Ato pela anistia reúne dezenas de manifestantes na Praça da Liberdade
- Nikolas sobre 'perdeu, mané' de Barroso: 'Fala de bandido'
Mais uma vez o político evocou a cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou a estátua 'A Justiça', e que havia ido a capital federal para participar dos atos golpistas. "Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena tão absurda por um crime que ela não cometeu", afirmou.
A bolsonarista está em prisão domiciliar no interior de São Paulo até que o julgamento seja encerrado. Até o momento, dois ministros da Primeira Turma da Suprema Corte se pam favoráveis a pena de 14 anos. O ministro Luiz Fux pediu vistas e, apesar de ainda não ter se manifestado oficialmente, criticou a dosimetria da pena.
Entre os quase 1.500 investigados por participarem do ato, a mais de mil foi proposto um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) para aqueles que a pena máxima não ultraava quatro anos, mas apenas 542 aceitaram o acordo que envolvia proibição de usar redes sociais por dois anos, fazer um curso sobre democracia oferecido pelo Ministério Público e, para os que pudessem dispender dos recursos, pagar uma multa de R$ 5 mil.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
A Justiça decidiu por penas de até um ano para 240 pessoas, que foram substituídas por prestação de serviços; e 248 tiveram condenações superiores a quatro anos.