RODOVIA DA MORTE

Movimento quer garantir verba no orçamento para obras no gargalo da BR-381

Movimento Pró-Vidas vai entregar proposta para a bancada mineira no Congresso Nacional para garantir recursos no orçamento do ano que vem

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O Movimento Pró-Vidas se reuniu nesta quinta-feira (15/5) com representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) para organizar a demanda de R$ 350 milhões do orçamento federal para obras no gargalo da BR-381 em 2026. O governo federal assumiu a responsabilidade pela duplicação do trecho de cerca de 30 quilômetros na chegada e saída de Belo Horizonte e o grupo que milita pelas intervenções na “Rodovia da Morte” quer garantir que não falte verbas para o andamento dos trabalhos no próximo ano.

A reunião aconteceu pela manhã e foi feita para trocar informações técnicas e viabilizar a demanda do movimento. A ideia é entregar o pedido para a bancada mineira no Congresso Nacional e incluir a BR-381 no orçamento federal. Além da verba para as obras, o grupo quer garantir R$ 150 milhões para desapropriação de famílias que vivem às margens da pista e mais R$ 150 mihões para realocá-las em residências regulares. 

O Movimento Pró-Vidas reúne associações comerciais, entidades de classe, políticos e empresas de cidades cortadas pela BR-381 entre BH e Governador Valadares e, há décadas, atua nos bastidores do Poder Público para viabilizar a duplicação da estrada. O grupo teme que, em ano eleitoral, o dinheiro destinado para as obras seja realocado para outras finalidades e, por isso, quer garantir os recursos como parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias. 

A proposta elaborada após o encontro na sede do Crea chegou ao valor de R$ 350 milhões a partir do desmembramento do orçamento previsto em R$ 1,1 bilhão até 2028. Neste valor, os integrantes do movimento determinam que R$ 150 milhões sejam destinados à desapropriação de famílias que vivem em moradias irregulares construídas à margem da pista.

Participaram do encontro o presidente do Crea, Marcos Vinícius Gervásio, junto de outros representantes técnicos do conselho. Pelo Movimento Pró-Vidas estiveram presentes o coordenador do grupo, Clésio Gonçalves, e os prefeitos de Timóteo, Capitão Vitor (Republicanos), e de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB). O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (SETCEMG) e a Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado de Minas Gerais (FETCEMG) também enviaram representantes. 

À reportagem, Clésio Gonçalves afirma que o movimento trabalha com duas ocasiões para entregar simbolicamente suas propostas tanto para os deputados e senadores mineiros como para o governo federal. Uma das hipóteses é na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Belo Horizonte.

A visita de Lula a BH ainda não tem data marcada, mas deve acontecer na última semana deste mês ou início de junho. A agenda foi articulada pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na última semana de abril, quando o prefeito da capital mineira, Álvaro Damião (União Brasil), esteve em Brasília. A expectativa é que o petista faça o anúncio da municipalização do Anel Rodoviário na oportunidade, pauta que dialoga com os objetivos do Movimento Pró-Vidas.

Outra possibilidade é a visita do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), à BR-381 em 2 de junho. A data marca a entrega do relatório dos 100 dias iniciais da concessão da rodovia entre Caeté e Governador Valadares, privatizada em agosto do ano ado e assumida pela concessionária Nova 381 neste ano.

Investimento previsto

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o orçamento total para as obras no gargalo da BR-381 é de aproximadamente R$ 903,6 milhões. Este montante é dividido em R$ 393,7 milhões para a estrada entre Ravena e Caeté e R$ R$ 509,9 milhões nos quilômetros que abrangem a chegada ao perímetro urbano de Belo Horizonte. 

Ainda de acordo com a autarquia, para 2025, foram disponibilizados cerca de R$ 95 milhões para as obras nos 30 quilômetros da estrada entre Belo Horizonte e Caeté. Contudo, o DNIT afirma que, a depender do ritmo dos trabalhos, o orçamento pode sofrer remanejamento de recursos para garantir a execução das obras. 

Divisão da estrada

Após três anos consecutivos com leilões desertos, o governo federal conseguiu, enfim, privatizar a BR-381 entre BH e Governador Valadares em 2024. A principal novidade no edital que logrou êxito na concessão foi a retirada do trecho da estrada mais próximo a Belo Horizonte do cronograma de obras a cargo da iniciativa privada.

No entendimento do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), este trecho que compreende um gargalo no tráfego da estrada, afastava o interesse das concessionárias por representar grandes riscos geológico e jurídico.

O risco geológico está associado ao relevo acidentado da região. Já o jurídico compreende a necessidade de remover cerca de duas mil famílias que vivem em casas construídas às margens da pista. As obras de duplicação demandam a destruição das residências e realocação dessas pessoas em moradias regularizadas.

Com a decisão de retirar as obras da obrigação da concessionária, o governo federal assumiu a responsabilidade e dividiu o trecho em dois lotes, o 8A, entre Ravena e Caeté, e o 8B, entre BH e Ravena. Este ponto é o mais crítico da estrada e o motivo de preocupação do Movimento Pró-Vidas. As obras no lote mais distante da capital já começaram, mas o trecho que compreende a chegada a Belo Horizonte ainda está em fase de regulamentação burocrática. 

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Como já mostrou o Estado de Minas, o gargalo da chegada e saída da capital do estado, muitas vezes, dobra o tempo de viagem de quem tem como origem ou destino o Vale do Rio Doce. Além dos recorrentes acidentes, o trecho acumula o tráfego da rodovia com o movimento pendular de quem mora em cidades da região metropolitana e trabalha ou estuda em Belo Horizonte. 

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