
Estudo recente do Hospital Israelita Albert Einstien, em parceria com a farmacêutica Pfizer, aponta para uma esperança no tratamento da infecção por COVID-19. É que, conforme a pesquisa, publicada nessa quarta-feira (16/6) na revista científica “The New England Journal of Medicine”, um medicamento, o tofacitinibe, conseguiu reduzir em 37% a chance de pacientes contaminados pelo vírus evoluírem para óbito ou para quadros graves de insuficiência respiratória.
Segundo o infectologista Guenael Freire, também professor da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), esse estudo apresenta resultados promissores, mas, também, pregam cautela, já que foram apenas os primeiros resultados sobre a avaliação do uso do medicamento tofacitinibe na redução da progressão da COVID-19 para quadros graves, com risco de morte e/ou insuficiência respiratória.
“Esse estudo foi realizado com 289 pacientes internados com infecção causada pelo novo coronavírus. E a pesquisa foi desenhada como ensaio clínico randomizado duplo cego. O que é isso? Foram dois grupos, um tomou o fármaco e o outro placebo, uma substância sem efeito. Nesse caso, nem o médico e nem o paciente sabiam o que estavam istrando, de forma a não induzir o médico ao resultado de melhora ou piora e nem o paciente. É o que chamamos de ensaio clínico duplo cego, padrão ouro.”
Com essa coleta, os pacientes analisados que receberam o medicamento apresentaram chance 37% menor de evoluir para a falência respiratória ou morte. Mas como esse medicamento age no organismo de forma a trazer resultados tão promissores">
É importante entender que ele não vai mudar a história da pandemia e muito menos resolver o problema de contágio e da carga viral. Ele resolve a questão do indivíduo, o que é pouco do ponto de vista de uma pandemia. 3m4k45
Adelino de Melo Freire, infectologista e diretor científico do Hospital Felício Rocho 4d5n9
“Isso precisa ser feito antes de adicionar o medicamento ao arsenal terapêutico. Mas é uma esperança a mais. Temos que receber os resultados com felicidade e otimismo, mas também temos que saber que nenhum medicamento foi revolucionário para reduzir óbitos com forma grave de COVID-19. O que temos de revolucionário até o momento são as vacinas. Esses medicamentos são interessantes, ficamos confiantes, mas precisamos de mais estudos antes de celebrar. Não podemos perder as esperanças, mas temos que ter cautela”, afirma.
Ainda sem aprovação para uso contra COVID-19 por agências regulatórias, Guenael Freire comenta que, em um cenário futuro, caso a eficácia seja comprovada, será preciso avaliar como será este uso, uma vez que o fármaco pertence a uma classe de medicamentos cara e de difícil o.
“Considerando o número de pacientes que temos atualmente, dificilmente vamos ter benefícios a curto prazo. É o primeiro, já tem outros estudos em andamento com essa substância e depois avaliamos agregar esse medicamento ao nosso arsenal e, por fim, no SUS. Mas, ainda tem uma longa caminhada até bater o martelo e dizer que a droga é útil.”
“Considerando o número de pacientes que temos atualmente, dificilmente vamos ter benefícios a curto prazo. É o primeiro, já tem outros estudos em andamento com essa substância e depois avaliamos agregar esse medicamento ao nosso arsenal e, por fim, no SUS. Mas, ainda tem uma longa caminhada até bater o martelo e dizer que a droga é útil.”
PREVENÇÃO É ORDEM! 1nc73
Para Adelino de Melo Freire, a descoberta de opções que modulam a resposta inflamatória da COVID-19 é muito importante, porque ajudam a dar e e tratamento para aqueles que já estão adoecidos e com doença grave instalada. Mas destaca que a prevenção ainda é a principal aliada da saúde e da vida.
“Isso é importante e ajuda muito no tratamento da síndrome que a COVID-19 traz, mas é um tratamento, do ponto de vista de proteção e combate a pandemia, mais tardio. É um tratamento da consequência da doença. Claro que vai ser importante no arsenal, mas o ideal seria evitar que as pessoas se contaminassem.”
“Isso é importante e ajuda muito no tratamento da síndrome que a COVID-19 traz, mas é um tratamento, do ponto de vista de proteção e combate a pandemia, mais tardio. É um tratamento da consequência da doença. Claro que vai ser importante no arsenal, mas o ideal seria evitar que as pessoas se contaminassem.”
“É importante entender que ele não vai mudar a história da pandemia e muito menos resolver o problema de contágio e da carga viral. Ele resolve a questão do indivíduo, o que é pouco do ponto de vista de uma pandemia. Ainda temos o fato de que ele não será ível para todos. Temos, então, que focar na prevenção primária: a vacina. Faz mais sentido do ponto de vista de custo/benefício. Ou seja, evitar que a pessoa adoeça para que ela não precise desse tratamento.”
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram
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