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Wagner Moura conta como foi filmar "Ladrões de droga" com Ridley Scott 

"É muito feliz quando você conhece os seus heróis e eles são ótimos", diz o ator brasileiro, coprotagonista da série que estreia na sexta (14/3), no AppleTV+

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Wagner Moura não tinha muito tempo para elucubrações. Era sim ou não, que ele respondeu depois de uma longa noite. O convite foi feito numa sexta. No sábado, depois do ‘ok’, o ator pegou um avião. No domingo, fez a prova de figurino e, na segunda-feira, começou a filmar. Não com qualquer um, mas com Ridley Scott no comando.


“Gosto de me preparar para os personagens que faço. Mas achei que seria uma coisa interessante me colocar em um lugar mais vulnerável, como o Manny. Ele talvez seja o personagem mais vulnerável que fiz na vida”, afirma o ator baiano de 48 anos a respeito de Manny Carvalho, coprotagonista da série “Ladrões de drogas”, que estreia na próxima sexta-feira (14/3), no Apple TV+.


Adaptação do romance “Dope thief”, de Dennis Tafoya (2009, inédito no Brasil), a série em oito episódios acompanha dois melhores amigos da Filadélfia. Ray Driscoll (Brian Tyree Henry, de “Atlanta”) e Manny sobrevivem fazendo pequenos golpes. Com distintivos falsos de DEA (agência americana de combate às drogas), se am por agentes federais.


Roubam pequenos traficantes, pequenos demais para buscar vingança e culpados em excesso para chamar a polícia. Só que tentam dar um o muito maior do que suas pernas. Ao escolher o alvo errado, desmantelam a maior rota de tráfico na Costa Leste dos Estados Unidos. Há muito dinheiro e poder em jogo, e vários corpos no meio do caminho.


“Ladrões de drogas” é a primeira série criada por Peter Craig, produtor e roteirista indicado ao Oscar por “Top Gun: Maverick” que trabalhou em outros longas de grande calibre, “Gladiador 2”, de Ridley Scott, o mais recente deles.


Substituição

Wagner não foi a primeira opção de Craig e Scott, que dirigiu o piloto da nova série. O brasileiro substituiu Michael Mando (de “Better call Saul”), despedido após desentendimentos. Como a produção já estava sendo rodada, várias cenas tiveram que ser refilmadas.


O ator conheceu Brian Tyree Henry já com o figurino do personagem indo para a primeira cena. Sem pensar duas vezes, o chamou para uma sala para fazer uma rápida apresentação, “porque a gente está fazendo dois caras que são amigos de infância”. Durante poucos minutos, Wagner falou sobre si mesmo. “O Brian ficou me olhando, mas depois começou a falar. Foi muito bonito, porque a gente se conectou ali. Descemos e fomos fazer a cena.”


Para Wagner, Ray é o alfa da relação. “Ter um preto e um latino envolvidos num cenário de tráfico de drogas é o clichê estético e social máximo dos filmes de ação. Quando você vai conhecendo os personagens, vê que eles são tudo menos o estereótipo do clássico machão”, comenta.


“A tragédia do Manny é que, para se libertar desse ciclo de violência, ele tem que se libertar da relação com Ray, a única que ele conhece como família. Acho um personagem muito trágico e bonito, que a o tempo inteiro tentando fugir de seu destino, como é difícil para muitos latinos e pretos escaparem de um destino violento tanto no Brasil quanto aqui (nos EUA, onde o ator vive atualmente).”


Já faz 12 anos que Wagner fez sua estreia internacional (no filme “Elysium”, de Neill Blomkamp, onde atuou ao lado de Matt Damon, Jodie Foster e Alice Braga) e 10 desde que ganhou o mundo como Pablo Escobar na série “Narcos”. Desde então, trabalhou mais fora do que no Brasil, com alguns destaques, como a série “Iluminadas” (2022) e o filme “Guerra civil” (2024).


“Todo personagem que eu faço aqui, eu faço (na medida do possível) com que ele seja brasileiro. Ninguém escreve para um brasileiro. Os personagens que fiz são escritos para americanos ou para algum latino. Não pensam no Brasil, um país que faz parte do fluxo migratório para os Estados Unidos”, diz.


“Tem uma comunidade brasileira gigante aqui e eu quero representar essas pessoas. De cara, digo que quero que o personagem seja brasileiro. Ele fala do jeito que eu falo. O Peter Craig, um dos caras mais legais que conheci na indústria, recebeu isso com muita tranquilidade.”


Tão fácil quanto a relação com o criador da série foi a interação com Ridley Scott, também um dos produtores-executivos de “Ladrões de drogas”. “É muito feliz quando você conhece os seus heróis e eles são ótimos. Ele é um cara incrível, cheio de energia, engraçadíssimo, que tem a capacidade de apertar o botão ‘foda-se’ como ninguém que já vi na vida.”


Para Wagner, o momento mais marcante com o cineasta não ocorreu no set. “Meu cabelo, que é mais grisalho, está preto na série. Estava na sala de maquiagem com a menina do cabelo e aí entrou o Ridley. Ele falou que ia ficar ali. Foi uma hora, nós três, e eu perguntando a ele sobre ‘Thelma e Louise’, ‘Gladiador’, ‘Blade Runner’ e ele tranquilamente falando sobre aquilo tudo. E eu olhava para a menina da maquiagem e falava: ‘Olha isso que está acontecendo aqui’.” 

Interpretação inteligente

Criador de “Ladrões de drogas”, Peter Craig se impressionou com Wagner Moura. “Foi interessante assistir a um ator tão inteligente quanto o Wagner interpretar um personagem que não é tão inteligente sem nenhuma condescendência.

Além disso, foi divertido ir trabalhar todos os dias e assistir ao cara que interpretou Pablo Escobar em um ponto de droga.” No meio da produção, Craig ouviu de um editor da série: “Esse cara é um ator tão bom que ele realmente mudou o formato do rosto quando (o personagem) começou a usar drogas.” Isto chamou a atenção do showrunner. “Wagner estava realmente segurando o maxilar de forma diferente.”

LADRÕES DE DROGAS”
A série estreia na sexta (14/3), no Apple TV+, com o lançamento dos dois primeiros episódios.

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