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MÚSICA

Renato Teixeira fala de seu amor ao 'caipirismo' e canta hoje em BH

Repertório do show 'Estrada eu sou' reúne canções emblemáticas da carreira do autor de "Romaria'. Nesta sexta (4/4), ele se apresenta no Palácio das Artes

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Com a turnê “Estrada eu sou”, o cantor e compositor Renato Teixeira chega a BH nesta sexta-feira (4/4), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. O repertório reúne os hits do artista, além de clássicos da música caipira.

Renato conta que o espetáculo amadureceu com o tempo, viagem guiada pelo repertório inspirado no interior do Brasil. “Quando canto 'Chalana', explico como a música foi feita e chamo o pessoal para se emocionar, porque pais e avós na plateia são de gerações que se emocionam. A música acaba criando um elo emocional entre gerações, entre épocas”, comenta.

Por falar em gerações, ele se lembra dos próprios pais. Nascido em Santos, o músico ou os dois primeiros anos de sua vida no Paraná. “Minha família é de Ubatuba, com vários músicos. Morei lá, inclusive. Eles viveram em uma época em que não havia rádio nem vitrola, então cantavam”, revela.

Com 12 anos, ele se mudou para Taubaté (SP), onde começou a tocar e a compor. “Eu tinha a influência da música brasileira, por causa da Rádio Nacional, que ouvia desde a infência. E também das músicas que o pessoal lá de casa cantava: muito Noel, muito Pixinguinha, muito Ary Barroso, os craques da época.”

Tempos depois, já na capital paulista, ele queria se encontrar como compositor. Nessa busca, decidiu voltar para Taubaté. “Era uma cidade de cultura caipira”, diz. “Lá tinha compositores como Anacleto Rosas, que compôs 'Cavalo preto', e a dupla Os Dois Turunas. O cara que trabalhava comigo na rádio, um dos Turunas, me mostrou tudo o que existia de música caipira. Já trazia isso comigo, então resolvi reavaliar aquele momento da minha vida sob o contexto de caipirismo.”

O jovem Renato Teixeira não se conformava em ver desprezarem artistas como Tonico e Tinoco. “Sempre tive ligação com a terra e com o campo”, destaca.

Nos anos 1960, sua primeira canção apresentada em festival foi “Dadá Maria”, gravada com Gal Costa. “A marcha-rancho já era uma viagem pelo Brasil, coisa que está muito na minha música.” O paulista observa que é parceiro do gaúcho Yamandu Costa, do carioca Antônio Adolfo, do cearense Fagner e de Almir Sater, do Mato Grosso do Sul.

Minas

Minas Gerais também faz parte dessa história. “Minas é o centro nervoso da minha música”, afirma Renato. “Minha música é muito mineira, por causa da ligação histórica que existe entre Minas e o Vale do Paraíba”, diz, referindo-se à região onde foi criado.

Durante a ditadura militar, ele trabalhou com publicidade. Ao se voltar novamente para a música, levava consigo o forte DNA do “caipirismo”. A ideia, conta, era fazer uma espécie de releitura do universo interiorano. “Reposicionar, reavivar o conceito e aplicar na música original do Tonico & Tinoco, Tião Carreiro, de João Pacífico. A conclusão básica e definitiva é que a gente jamais seria igual a eles, jamais atingiríamos o nível que eles atingiram, seríamos apenas imitadores”, diz. “Então, aplicamos a MPB na moda de viola, assim como a bossa nova aplicou acordes modernos no samba tradicional.”

A primeira canção de Renato nesse estilo foi “Romaria”, que ganhou o mundo na voz de Elis Regina. “Sem que as pessoas percebessem, 'Romaria' abriu as portas da música brasileira para a cultura caipira, na qual, além dos cantores sertanejos, há Monteiro Lobato e Guimarães Rosa.”

Certa vez, Luiz Gonzaga afirmou que “Romaria” seria a “Asa Branca” de Renato Teixeira. “Achei que estava exagerando, mas ele disse: 'Espera 30 anos para você ver'. E foi assim, esta música se tornou perene”, conclui.


“ESTRADA EU SOU”

Show de Renato Teixeira e banda. Nesta sexta-feira (4/4), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Inteira: R$ 290 (plateia 1), R$ 260 (plateia 2) e R$ 200 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei. À venda na plataforma Eventim e na bilheteria. Informações: (31) 3236-7400.


Outras atrações

“A LUTA”

O monólogo “A luta”, que revisita a Guerra de Canudos, retorna a Belo Horizonte neste domingo (6/4), às 18h, no Cine Theatro Brasil (Praça Sete, Centro). Inspirada na terceira parte de “Os sertões”, de Euclides da Cunha, a peça é estrelada pelo mineiro Amaury Lorenzo e dirigida por Rose Abdallah, com texto adaptado por Ivan Jaf. Inteira: R$ 120 (plateia 1A), R$ 100 (plateia 1B) e R$ 80 (plateia 2), com meia-entrada na forma da lei. Ingressos à venda na plataforma Eventim.


• “CRIANDO ASAS”

O grupo Teatro Experimental de Alta Floresta (MT) apresenta “Criando asas”, nesta sexta (4/4), às 20h, no Teatro João Ceschiatti (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Dirigida por Eduardo Machado, a peça infantojuvenil combina música e manipulação de bonecos na fábula sobre Zelda, uma formiga sonhadora. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis na plataforma Eventim.


•  “ONDE A GENTE VAI MORAR?”

A comédia musical “Onde a gente vai morar?” estreia em BH hoje (4/4) e sábado (5/4), às 21h, no Cine Theatro Brasil (Praça Sete, Centro). Escrita e dirigida por João Basílio, aborda os desafios de família em busca de um novo lar. Entradas gratuitas para beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida distribuídas pelo Instagram (@ondeagentevaimorar).R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda na Eventim.

 “REZA” E “OGUM”

As cenas “Reza” e “Ogum”, com Michelle Ferreire, chegam ao Teatro de Bolso do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro) neste sábado (5/4), às 20h, e domingo (6/4), às 19h. Ambas remetem à religiosidade e ao contexto da pandemia. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na plataforma Sympla.


 “FAMÍLIA DINDIM”

Peça de Gustavo Kurlat aborda a educação financeira de forma divertida. Com direção de Carla Candiotto, a comédia “Família Dindim” tem o dinheiro como vilão. Sessões sábado e domingo (5 e 6/4), às 17h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), à venda na plataforma Sympla.

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