Homens apontados como executores de advogada em emboscada são condenados
Carla Cristina e Jonatas Rafael foram executados em Contagem, em abril de 2024. Investigação concluiu que a advogada morreu após ajudar a esposa um ex-cliente
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Siga noOs três homens apontados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) como os responsáveis pela morte da advogada Carla Cristina Santos Silva, de 54 anos, foram condenados pelo Tribunal do Júri. O júri aconteceu nessa quinta-feira (23/5) e durou cerca de 17 horas. O crime aconteceu em 13 de abril do ano ado, no Bairro Parque Maracanã, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além da mulher, Jonatas Rafael Candeia, de 32 anos, também foi alvejado e morreu no local.
Crystofer Cauã Candeia, Rawan Gabriel Ferreira Silva e Nadson Ribeiro dos Santos foram acusados de duplo homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa das vítimas. Além disso, o trio foi denunciado por lesão corporal de natureza grave.
Em sua decisão, o juiz Elexander Camargos Diniz, do Tribunal do Júri da comarca de Contagem, determinou que Crystofer deverá cumprir 31 anos, um mês e 10 dias de reclusão em regime fechado. Além dos crimes violentos, ele também foi réu por um furto simples. Nadson, deverá cumprir 35 anos, 6 anos e 20 dias de prisão. Apesar das condenações, os dois condenados estão foragidos desde a época do crime.
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Já Rawan foi condenado a 18 anos, um mês e 23 dias de reclusão. Ao longo do processo o magistrado reconheceu que sua participação nos homicídios foi de “menor importância”. Isso porque o homem teria sido responsável apenas por um dos 25 disparos que atingiram as vítimas. Ao contrário dos outros dois acusados, o homem está detido de maneira preventiva.
Desde a condenação dos executores, a família de Carla está aliviada e com o sentimento de que a justiça “começou a ser feita”. Apesar disso, sua filha relata que ainda tem medo. Em entrevista ao Estado de Minas, a jovem, que preferiu não se identificar, afirmou que além de se sentir ameaçada sem que vai a uma das audiências do processo, teme sofrer alguma represália por parte do mandante do crime, que ainda não foi denunciado.
O homem apontado como o responsável por comandar a emboscada que resultou na morte de Carla e de Jonatas foi preso em 10 de junho do último ano. Ele foi detido pela Diretoria de Inteligência (DINT) e pelo Grupamento Especializado em Recobrimento (GER) da Polícia Militar de Minas Gerais. Na época, além de ser suspeito na morte da advogada, o homem foi identificado como chefe do tráfico de drogas no aglomerado Frigo Diniz, também em Contagem.
Na época, de acordo com os militares, o homem estava com mandado de prisão preventiva em aberto, referente a uma condenação por tráfico de drogas, com pena estipulada em 16 anos no regime fechado. Ao ser abordado em um restaurante de luxo, localizado na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, ele apresentou um documento falso.
Motivação
Três meses depois do crime, em 24 de julho, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que Carla virou alvo do grupo depois de ter ajudado a esposa de um ex-cliente, apontado como mandante, a sair do país. O delegado Ítalo Fernandes de Almeida, da delegacia de homicídio de Contagem, explica que com a amizade, a mulher teria confidenciado à advogada que era vítima de violência doméstica e que tinha “medo de morrer”.
“A partir desse conhecimento, por bondade, a Carla auxiliou que essa pessoa deixasse o país, para se manter viva. Isso gerou a fúria desse indivíduo que, a partir disso, a considerou como inimiga e considerou a sua morte”, afirmou o delegado.
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Carla e Jonatas foram alvejados quando desembarcavam de um carro de aplicativo. Conforme o boletim de ocorrência registrado na época do crime, o veículo em que as vítimas estavam foi fechado por outro carro, dois homens armados saíram e fizeram os disparos. “ O crime foi filmado, através de testemunhas e também através de programas objetivos de identificação facial foi possível identificá-los”, informou Almeida no último julho.