Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Ashley Marie Surcombe luta pela vida em um hospital de Seul crédito: Reprodução / Instagram
A influenciadora britânica Ashley Marie Surcombe luta pela vida em um hospital de Seul, na Coreia do Sul, após ser encontrada com desidratação severa, hematoma em um olho e falência múltipla dos órgãos em seu apartamento. A jovem de 29 anos tem mais de um milhão de seguidores nas redes sociais.
Ela viajava entre o Reino Unido e a Coreia do Sul há cinco anos e criava conteúdo de viagem para uma empresa coreana. Ela foi encontrada, em meados de março, caída no chão do banheiro de casa pela polícia. Os agentes foram chamados após porque ela ficou dias sem responder a mensagens de parentes e amigos.
A polícia precisou arrombar a residência. “Seus níveis de açúcar no sangue estavam muito baixos e quando falamos com ela no sábado, ela parecia confusa, e mal dava para ver seus lábios, de tão desidratada que estava. Cerca de uma semana atrás, ela nos contou que bateu a cabeça na porta e ficou com um hematoma feio no olho", disse Kat, irmã de Ashley, ao The Daily Star.. Não havia sinais de arrombamento no apartamento e não se sabe o que causou o colapso.
Ashley ficou na UTI até o último dia 31, sendo encaminhada para uma enfermaria. No entanto, houve uma piora no estado de saúde e ela voltou para a terapia intensiva, onde permanece respirando por aparelhos.
Kat disse que os médicos removeram "uma quantidade significativa" de muco do pulmão da irmã e que ela deve permanecer na UTI por pelo menos uma semana. “Sei que ela está em boas mãos e não tenho dúvidas de que ela está lutando com tudo o que tem para voltar para casa. Mas a verdade é que sinto muita falta dela. Só quero abraçá-la e dizer que ela não está sozinha”, declarou ao The Independent.
Karen, mãe da influenciadora, contou ao jornal que o marido, Nigel, acompanha o tratamento da filha de perto. “Ele está se virando bem, mas há uma barreira linguística, mas os médicos têm sido bons em explicar o que está acontecendo. Na primeira semana lá, ela fez uma transfusão de plaquetas porque seus glóbulos brancos estavam muito baixos. Eles fizeram um raio-X nela e ela tem pneumonia e ela fez uma ressonância magnética e ela teve um pequeno sangramento no cérebro”, destacou.
Uma das curiosidades do mundo animal é o veneno de espécies de mamíferos. Existem quatro na natureza: o musaranho, o lóris-lento, o almiqui e o ornitorrinco. Montagem Flipar
Os musaranhos são animais de pequeno porte que comem principalmente insetos. Eles medem cerca de 10 cm (alguns não ultraam 2,5 cm) e pesam cerca 15 gramas. Mas são devoradores vorazes e possuem um veneno comparável ao de várias serpentes. Esses animais têm visão ruim, mas excelente olfato. Domínio público
Os lóris, popularizados pela animação "Madagascar", são os únicos primatas venenosos. Encontrados no sudeste asiático, na China, Índia e Arquipélago Malaio, eles são alvos de tráfico e encontram-se em risco de extinção. Silke Hahn wikimedia commons
Os almiquis são nativos das ilhas de Cuba e Hispaniola. Esses animais têm anteados que remontam a 30 milhões de anos. Eles medem de 28 a 32 cm, além da cauda entre 17 e 27 cm. Os almiquis têm hábitos noturnos e sua saliva é venenosa. Frank Wouters - wikimedia commons
Dos mamíferos venenosos, o que chama mais atenção é o ornitorrinco, espécie nativa da Austrália e da Tasmânia.
De acordo com a Bonorong Wildlife Sanctuary, casos de envenenamento por ornitorrincos são raros na Austrália. Nos últimos 20 anos, foram relatados apenas cinco, um número considerado baixo. Mas vale o alerta. Dr. Philip Bethge wikimedia commons
Afinal, em 2023, uma mulher chamada Jenny Forward decidiu ajudar um ornitorrinco ferido no meio-fio e acabou sendo envenenada. O caso ocorreu em Kingston, na Austrália. A mulher, sem proteção, conduziu o mamífero semiaquático com as mãos. Acabou sendo internada com intensa dor. wikimedia commons
O veneno do ornitorrinco causa dor, mas não é letal para o ser humano. “Dependendo do grau de envenenamento, pode causar inchaço localizado grave e dor muito forte que diminui gradualmente ao longo de algumas semanas”, afirma a Australian Platypus Conservancy (APC). wikimedia commons
Veja algumas curiosidades sobre os ornitorrincos. Na espécie Ornithorhynchus anatinus, somente os machos têm esporões, de 1,5 centímetro, nas patas traseiras conectados a glândulas de veneno. Elas aparecem na época de acasalamento, na competição pelas fêmeas. wikimedia commons
Há um grande desconhecimento sobre a vida dos ornitorrincos, que, apesar de serem associados a ambientes aquáticos, costumam se alimentar na água, dormem em tocas terrestres e andam diariamente. wikimedia commons
“Os ornitorrincos viajam longas distâncias em terra e também usam as áreas de drenos das rodovias [para se locomover]”, afirma Greg Irons, diretor do Bonorong Wildlife Sanctuary, para o canal ABC News. Então, é possível observá-los em estradas, estando 100% saudáveis. Divulgação
Segundo especialistas, caso viaje para a Austrália e encontre um ornitorrinco ferido, grave vídeos, tire fotos e envie a equipes responsáveis por resgate de animais selvagens. Nunca pegue o animal. Ao relatar a tentativa de resgate, Forward disse que sentiu uma dor repentina e inável e, logo, percebeu que o esporão estava fixado em sua mão. Divulgação/Jenny Forward
“Foi como se alguém tivesse esfaqueado”, explica. Apesar da dor, ela retirou o esporão, colocou o ornitorrinco no carro e foi buscar ajuda para os dois. Divulgação/Jenny Forward
No tratamento, a equipe médica receitou analgésicos e antibióticos. A ferida causada pelo animal ou por uma limpeza e foi suturada, com alguns pontos. Forward, porém, explicou que a dor e o inchaço não aram mesmo após uma semana. Nick-D/Wikipedia
O veneno de ornitorrinco não se propaga pelo corpo ou causa febre, náuseas, sangramentos espontâneos e dificuldade respiratória. Não é necessário um procedimento similar aos de picadas por cobras e aranhas, e o foco é apenas no alívio dos sintomas. Facebook/Australian Platypus Conservancy
No momento, não existe um antídoto aprovado para esse tipo de veneno. São utilizados somente anestésicos que bloqueiam os nervos, como a bupivacaína, que também visam a diminuir a dor. Facebook/Australian Platypus Conservancy
O ornitorrinco é um mamífero australiano da Ordem Monotremata, tendo como principal característica o fato de ser um mamífero que põe ovos. Ele é carnívoro e se alimenta de pequenos animais, como insetos e camarões. David Clode/Unsplash
“As fêmeas escavam tocas e põem de um a três ovos semelhantes ao dos répteis, de casca meio escamosa. Quando os filhotes nascem se alimentam lambendo o leite que escorre das glândulas e se deposita na barriga da mãe, já que ela não possui mamas”, explica o biólogo Dhiordan Lovestain. Unsplash
O veneno dos ornitorrincos ajuda na proteção da espécie na época do acasalamento. Eles usam justamente essa arma natural para evitar a ação de predadores. Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
A Australian Platypus Conservancy é uma uma organização não governamental e sem fins lucrativos, fundada em 1994 e dedicada à conservação do ornitorrinco. Os estudiosos fazem diversas ações de preservação e descrevem as principais ameaças para o animal, visando à sobrevivência da espécie. Facebook/ Australian Platypus Conservancy
Bonorong é um santuário para a vida selvagem istrado por uma equipe que cuida, inclusive, de animais em risco de extinção no país. Além do foco na preservação de animais, o Santuário oferece treinamento gratuito para os membros da comunidade interessados ??nos conceitos básicos de resgate e transporte de vida selvagem. Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
O nome 'BONORONG' é derivado de uma palavra aborígene que significa 'companheiro nativo'. Facebook/Bonorong Wildlife Sanctuary
Além da vida da jovem, a família teme pela dívida hospitalar que vem crescendo exponencialmente, já que o seguro de Ashley venceu e não foi renovado. “Quais são os custos médicos daqui para frente, ainda não sabemos, pois Nigel está esperando por uma atualização. Não é algo que era importante para nós, pois nossa prioridade é levar Ashley para casa, mas ela precisa ser liberada pelos médicos para voar, e isso pode levar no mínimo mais duas semanas”, disse a mãe.
Para bancar o tratamento, a família criou uma vaquinha virtual. A diária da UTI ultraa os R$ 11 mil. Até o momento foram arrecadados quase £ 20 mil – cerca de R$ 150 mil. A meta é de £ 50 mil, o equivalente a R$ 367 mil.