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DITADURA

Ex-ministro de Bolsonaro compara Rubens Paiva a 8/1: ‘Ainda estamos aqui'

Adolfo Sachsida fez uma relação com o caso do ex-deputado preso, torturado e assassinado com as prisões pelos atos de depredação do 8 de janeiro

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Na esteira do sucesso do filme “Ainda estou aqui”, que no domingo (2/3) recebeu o Oscar de melhor produção internacional, um ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) publicou em seu perfil no X um texto em que compara a situação dos presos pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 com a história retratada no longa-metragem. 

Adolfo Sachsida chefiou a pasta de Minas e Energia em 2022 e ocupou cargos no Ministério da Economia nos anos anteriores da gestão de Bolsonaro. Nas redes sociais, ele traçou um paralelo entre o caso do ex-deputado Rubens Paiva, cassado, preso, torturado e assassinado pela ditadura militar brasileira (1964-1985) com os manifestantes presos pela depredação do patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito na Praça dos Três Poderes após a derrota da situação no pleito presidencial de 2022.

Na publicação, Sachsida inicia seu texto dizendo que foi questionado sobre ter assistido ao filme dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, que foi finalista na categoria de melhor atriz principal no Oscar, além de ter vencido um Globo de Ouro por sua performance.

Na sequência, em primeira pessoa, o ex-ministro a a enumerar supostos relatos de parentes de presos pelos atos do 8 de janeiro. 

“Eu sou a viúva de Clezão, preso injustamente e morto na Papuda. Eu ainda estou aqui. Eu sou Débora, cabeleireira e mãe de dois filhos, que escreveu "Perdeu, Mané" com batom em uma estátua e fui condenada a 17 anos de prisão. Eu ainda estou aqui. Eu sou o vendedor de algodão doce, que estava na Esplanada dos Ministérios trabalhando no dia 8 de janeiro e fui preso por engano. Eu ainda estou aqui. Eu sou o morador de rua que pedia comida e também fui preso injustamente. Eu ainda estou aqui”, diz trecho do texto ao relembrar os condenados após julgamento na Justiça.

Brasileiros comemoram Oscar de ‘Ainda Estou Aqui’ nas redes 

Sachsida finaliza sua publicação revelando a violência cometida e não punida durante o regime militar ao dizer que a ditadura está finda há mais de quatro décadas. No encerramento do texto, ele critica o que considera absurdos jurídicos e a aplicação de penas desproporcionais no julgamento dos atos antidemocráticos recentes no Brasil.



“Eu sou um brasileiro comum, que vê a classe artística e os jornalistas serem TIGRÃO (sic) com uma ditadura que acabou há 40 anos, mas TCHUTCHUCA (sic) diante dos desmandos que acontecem hoje no Brasil. Eu ainda estou aqui. Eu sou um advogado, chocado com o silêncio ensurdecedor da OAB diante de tantos absurdos jurídicos, condenações e penas desproporcionais. Eu ainda estou aqui. Eu sou um brasileiro comum, que hoje tem medo de escrever um texto na internet criticando uma autoridade pública, temendo ser preso por crimes que não existem. Eu ainda estou aqui”, conclui.


A manifestação de Sachsida faz coro à pauta mais repetida entre os bolsonaristas desde a derrota eleitoral em 2022, o coro pela anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. As manifestações nesse intuito repetem muito do discurso pelo perdão aos presos políticos da própria ditadura militar, período apoiado e endossado por boa parte dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

No Congresso Nacional, a anistia é defendida pelos parlamentares mais próximos de Bolsonaro. O próprio ex-presidente esteve na Casa Legislativa este ano no dia em que a Procuradoria Geral da República (PGR) o indiciou por tentativa de Golpe de Estado. A esperança dele e de seus aliados é que um projeto de perdão aos condenados tenha seus efeitos ampliados para o caso do próprio Jair, já inelegível e na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) com risco de ter sua prisão decretada.



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