
Visando corrigir tal incongruência entre o que ocorre no mundo e a placa indicativa de trânsito, o Contran, Conselho Nacional de Trânsito, determinou, no ano de 2022, que todas as placas antigas fossem trocadas paulatinamente em todo o território nacional. A antes pejorativa representação corcunda deverá ser trocada, pouco a pouco, por uma jovial figura com os braços levemente suspensos, ao lado do escrito 60+.
Embora não tenhamos tido o à exposição de motivos que levou o Conselho Nacional de Trânsito, por meio da Resolução n. 965/2022, Anexo II, a trazer um novo modelo para indicar as pessoas 60 , certamente, um deles, teve como objetivo o de adequar as placas à nova realidade das pessoas em processo de amadurecimento, que não se assemelham minimamente às antigas placas.
A determinação do Conselho veio ao encontro dos anseios das pessoas em processo de amadurecimento, que constantemente são vítimas de estereótipos ultraados e que não nos representa. Que o belo exemplo do Conselho Nacional de Trânsito seja seguido também por mais setores da sociedade para que repense o modo pelo qual enxergam essa nova geração de pessoas maduras que, ao contrário de seus anteados, estão cada vez vivendo mais e melhor.
O que a Resolução do Contran escancara é o quanto somos mau representados, já que equívoco não se restringe apenas às placas de trânsito, mas também ao olhar preconceituoso daqueles que acham só a juventude é um valor e encaram o processo de envelhecimento como um castigo ao invés de uma fase repleta de possibilidades e potencialidades, como de fato o é. É fundamental que como sociedade repensemos nossos símbolos e o quanto muitos deles estão carregados de estereótipos negativos em relação ao processo de envelhecimento.
Em uma instigante obra na qual discorre sobre o processo de envelhecimento em suas múltiplas dimensões, a filósofa sa Simone de Beauvoir, em "A Velhice", nos alerta sobre os preconceitos e estereótipos ligados ao processo de envelhecimento.
Ela nos convida a repensar a ideia de que a velhice é sinônimo de decadência e inutilidade, nos mostrando que essa fase também traz consigo novas possibilidades de experiências, de crescimento pessoal e de uso da sabedoria acumulada ao longo dos anos. Para Beauvoir, é com a maturidade que as pessoas alcançam uma vida mais autêntica, desprendendo-se das expectativas sociais e vivendo segundo suas próprias escolhas e desejos.
Ela argumenta que o processo de envelhecimento não deve ser encarado como um fim em si mesmo, mas sim como uma oportunidade de reinvenção e autotranscedência. Ao desafiar os estereótipos negativos associados à velhice, Beauvoir nos convida a repensar nossas concepções sobre o envelhecimento e a valorizar a singularidade e a dignidade de cada indivíduo, independentemente da idade.
Ela nos convida a repensar a ideia de que a velhice é sinônimo de decadência e inutilidade, nos mostrando que essa fase também traz consigo novas possibilidades de experiências, de crescimento pessoal e de uso da sabedoria acumulada ao longo dos anos. Para Beauvoir, é com a maturidade que as pessoas alcançam uma vida mais autêntica, desprendendo-se das expectativas sociais e vivendo segundo suas próprias escolhas e desejos.
Ela argumenta que o processo de envelhecimento não deve ser encarado como um fim em si mesmo, mas sim como uma oportunidade de reinvenção e autotranscedência. Ao desafiar os estereótipos negativos associados à velhice, Beauvoir nos convida a repensar nossas concepções sobre o envelhecimento e a valorizar a singularidade e a dignidade de cada indivíduo, independentemente da idade.
Mudar uma placa parece pouco, pouquíssimo, mas que as placas de trânsito sejam apenas o começo de uma transformação mais ampla em nossa percepção e tratamento das pessoas em processo de amadurecimento.
O projeto tem de ser a construção de uma sociedade que celebra a juventude sim, com toda sua energia e vigor, mas que também celebra o envelhecimento, com toda a sua disposição e sabedoria. É só por meio da valorização do que cada fase da vida tem a oferecer ao mundo é que de fato entenderemos onde devemos chegar como seres humanos.
O projeto tem de ser a construção de uma sociedade que celebra a juventude sim, com toda sua energia e vigor, mas que também celebra o envelhecimento, com toda a sua disposição e sabedoria. É só por meio da valorização do que cada fase da vida tem a oferecer ao mundo é que de fato entenderemos onde devemos chegar como seres humanos.