Veja as cidades de Minas com mais internações por doenças respiratórias
Belo Horizonte já contabiliza mais de 2,6 mil internações por doenças respiratórias em 2025; confira outras cidades mineiras no ranking
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Siga noA alta de casos de doenças respiratórias em Minas Gerais, que forçou o estado a decretar emergência em saúde pública, tem se traduzido em uma escalada nas internações, com algumas cidades puxando os números para cima. No topo da lista está Belo Horizonte, que já registrou 2.669 internações entre 1º de janeiro e 28 de abril, de acordo com levantamento feito pelo Estado de Minas no de Síndromes Respiratórias da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), atualizado neste sábado (3/5). Na sequência, vem Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 1.285 internações no mesmo período.
A capital mineira concentra quase 10% de todas as hospitalizações registradas no estado até agora — 26.786 no total. Só em abril, mais de 63 mil atendimentos por sintomas respiratórios foram feitos na rede municipal de saúde, um salto de quase 50% em relação a março, que teve pouco mais de 42 mil registros. De janeiro até o fim de abril, BH já contabiliza 187.058 atendimentos relacionados a queixas respiratórias, segundo dados reados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
A pressão é visível, especialmente na pediatria. Na tarde desta sexta-feira (2/5), a reportagem percorreu unidades públicas e privadas de BH e encontrou um cenário de fluxo intenso, marcado pela presença constante de famílias com crianças. Entre os dias 20 e 26 de abril, foram 196 solicitações de internação para bebês com menos de um ano, número quase três vezes maior que o registrado na última semana de março (69). A faixa etária de 1 a 4 anos também segue a mesma tendência de crescimento: os pedidos de internação aram de 50 para 82 no mesmo intervalo.
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A rede privada também está sobrecarregada. Dados da Unimed-BH apontam um aumento de 65% nos atendimentos de urgência a idosos entre 13 e 26 de abril. As internações hospitalares desse grupo cresceram 32% no período.
Uberlândia é a segunda cidade com mais hospitalizações
Embora o Sul de Minas seja a região com maior número de internações respiratórias no estado, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é a segunda cidade com maior número de hospitalizações (1.285). Por lá, os idosos representam mais da metade dos casos (53,8%). Já as crianças de 1 a 9 anos correspondem a 10,9%, enquanto os menores de um ano somam 7,9%. O Triângulo Mineiro é a quarta região com maior número de hospitalizações por doenças respiratórias no estado. À frente estão o Sul de Minas (4.422), a Região Metropolitana de BH (4.278) e o Norte de Minas (2.780).
E é no Norte de Minas que está a terceira cidade com maior taxa de hospitalizações: Montes Claros, com 537. Seguindo a tendência estadual, o público mais vulnerável são os idosos (42,2%) e as crianças (18,4%). Na sequência está Juiz de Fora, na Zona da Mata, que registrou 531 internações no período, seguida por Ipatinga, no Vale do Rio Doce, com 419.
Entre as cidades com maior número de hospitalizações, apenas Belo Horizonte decretou situação de emergência até o momento, o que autoriza a adoção de medidas emergenciais, como a contratação de profissionais, por 180 dias. “Estamos vivenciando um aumento na gravidade dos casos, especialmente entre as crianças. Por isso, nossas ações estão voltadas para abertura de leitos pediátricos e reforço do atendimento infantil”, afirmou o subsecretário municipal de Atenção à Saúde, André Menezes, em entrevista ao Estado de Minas no dia da publicação do decreto.
Antes disso, a cidade já vinha reforçando a rede de urgência. Na última sexta-feira (25/4), o Hospital Odilon Behrens, na Região Noroeste da cidade, ganhou dez novos leitos pediátricos. A promessa de dobrar essa capacidade, feita na ocasião, foi cumprida nos dias seguintes. Outros dez leitos também foram disponibilizados no Hospital da Baleia, como parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias, que é ativado de forma gradativa, conforme o avanço dos casos e a pressão sobre o sistema de saúde.
Emergência em expansão
Além de Belo Horizonte, outras cinco cidades mineiras já decretaram estado de emergência: Betim, Contagem, Santa Luzia, Pedro Leopoldo (todas na Região Metropolitana de BH), além de Conselheiro Lafaiete, na Região Central. O governo estadual também adotou a medida nessa sexta-feira (2/5), ampliando a possibilidade de resposta em todo o território mineiro. A decisão habilita o estado a ar recursos federais extraordinários e dá base legal para implementar ações emergenciais, como destacou o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, em coletiva de imprensa no fim de abril.
Os dados mais recentes do da SES-MG apontam que, até 28 de abril, o estado já registrou 334 mortes causadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Entre os hospitalizados, os grupos mais vulneráveis seguem sendo os idosos com mais de 60 anos — que representam 15.130 das internações — e os bebês com menos de um ano, com 2.587 casos.
Neste sábado, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) abriu um edital para contratação emergencial de 110 profissionais que irão reforçar os hospitais de referência da rede estadual em Belo Horizonte. As vagas estão distribuídas entre os hospitais João XXIII e Infantil João Paulo II, na Região Centro-Sul; Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek, no Barreiro; além da Maternidade Odete Valadares, na Região Oeste. Unidades que vem registrando aumento na demanda por atendimentos respiratórios.
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Confira as cidades com maior número de hospitalizações por doenças respiratórias em Minas:
- 1º - Belo Horizonte: 2.669
- 2º - Uberlândia (Triângulo Mineiro): 1.285
- 3º - Montes Claros (Norte de Minas): 537
- 4º - Juiz de Fora (Zona da Mata): 531
- 5º - Ipatinga (Vale do Rio Doce): 419