AUDIÊNCIA

BH: abandono de animais na Estrada do Sanatório preocupa autoridades

Via na Região Norte de Belo Horizonte tem sido também ponto de descarte de lixo; denúncia é antiga

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O uso da Estrada do Sanatório, localizada entre os Bairros Solimões e Ribeiro de Abreu, na Região Norte de BH, como ponto de abandono de animais foi tema de audiência pública nesta segunda-feira (5/5). O debate pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana reuniu protetores animais, o vereador e autor do requerimento de audiência, Osvaldo Lopes (Republicanos), e outros representantes.    

Uma equipe de reportagem do Estado de Minas esteve na via nesta manhã e se deparou com corpos e ossos de cachorros espalhados pela extensão da estrada, assim como coleiras e sacos de ração, cenário que ilustra a denúncia antiga feita por ativistas animais.

Joyce Mendes, presidente da organização Amor a Quatro Patas, é uma das protetoras que presenciam o abandono na via e estiveram presentes na audiência pública. Ela mora na região e destacou na audiência que o foco do projeto são os animais “descartados” na Estrada do Sanatório

Joyce contou que algumas pessoas tiram proveito da luta do Amor a Quatro Patas, que contempla mais de 100 animais atualmente, e, sabendo que a organização vai resgatá-los, abandonam os animais ali de propósito. A protetora enfrenta outros desafios, como a falta de verba para sustentar os resgatados, se apoiando em doações, recursos próprios e e do poder público. 

“Estamos ali para poder resgatar e dar uma segunda chance para esses animais”, afirmou Joyce, que contou que muitos dos recolhidos por eles, inclusive cães de raça, são encontrados em situações deploráveis. Os relatos da criadora do Amor a Quatro Patas foram corroborados pelos voluntários do projeto Leandro Damião e Roberta Teixeira. 

Os ativistas destacaram ainda outras dificuldades enfrentadas: a limitação de quantidade de castrações permitidas por F, a falta de abrigos públicos para receber os animais resgatados e o acúmulo de dívidas decorrentes do custeio de resgates e cuidados.

Camila Campos Coelho também é protetora dos animais e mora perto da Estrada do Sanatório, local onde "cães, gatos e outros animais são descartados como se fossem lixo". Na audiência, ela reforçou os relatos sobre as dificuldades e afirmou que o desabafo feito por ela é também um pedido de socorro.

Poder público 

Cristiano Nicomedes, diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, esteve presente na audiência e reconheceu o problema. Para resolver a situação, segundo ele, algumas frentes devem ser adotadas, como conscientização da população, penalização daqueles que abandonam os animais e entendimento de como o abandono naquele espaço acontece, para então ser diretamente combatido.  

Ao Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a Guarda Civil Municipal realiza patrulhamento preventivo em toda a cidade, incluindo a região da Estrada do Sanatório, e que a área conta com câmeras de monitoramento integradas ao Centro de Operações da Prefeitura (COP-BH) para auxiliar na identificação e responsabilização de infratores. 

Descarte de resíduos

A Estrada do Sanatório também tem sido usada para descarte de lixo. A reportagem flagrou resíduos variados espalhados pela via, desde itens pessoais como roupas e brinquedos até móveis e restos de árvores cortadas. Na área, também havia marcas de fogo, que indicam locais onde lixo foi queimado. 

Diante dessa realidade, o vereador Osvaldo Lopes (Republicanos) propôs um ofício a ser submetido para o poder municipal que contempla tópicos como: aumento da frequência de coleta de lixo, fiscalização severa contra esses descartes irregulares e distribuição de material informativo em bairros adjacentes. 

Erika Santos Resende, especialista em gestão pública e chefe do departamento de serviço e limpeza urbana da SLU, reconheceu o problema que acomete a Estrada do Sanatório e afirmou que este ano já foram retiradas 1.746 toneladas de resíduos descartados clandestinamente ali. 

Sobre o descarte irregular de lixo, a Secretaria Municipal de Política Urbana afirmou ao Estado de Minas que a deposição clandestina de entulhos por caminhões foi encerrada após ações de monitoramento realizadas no local. Entretanto, ainda há descarte de lixo doméstico por parte de moradores na área.

Outras demandas

Também esteve presente na audiência desta segunda-feira Fernanda Flaviana, diretora da Casa de Francisco Providens para Ecologia Integral, que fica na Estrada do Sanatório. Ela defende que o local, cercado por uma área verde, seja preservado e transformado em um ambiente para visitação pública. Na instituição, são realizadas oficinas educativas, visitas a nascentes e eios por trilhas ecológicas, entre outras atividades.

A iluminação da área também é uma reivindicação. Diante disso, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) esclareceu que a instalação de iluminação pública na Estrada do Sanatório depende de extensão de rede da Cemig e que a prefeitura já encaminhou a solicitação para a concessionária.

Sanatório 

A via hoje utilizada como espaço para descartes dava o ao antigo Sanatório Modelo, um prédio de 8 mil metros quadrados em meio à Mata da Izidora, inaugurado em 1928 pelo médico Hugo Werneck para acolher pacientes com tuberculose. Posteriormente, o local se tornou um asilo de idosos.

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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