MARCO HISTÓRICO

Vacina mineira contra Covid-19 está perto de ser aprovada

O imunizante SpiN-TEC está sendo desenvolvido há cinco anos pelo Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG

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Pela primeira vez, uma vacina para Covid-19, totalmente desenvolvida no Brasil, pela UFMG, finaliza a fase dois dos testes clínicos. Agora, resta mais um o para concluir todo o ciclo de pesquisa até a aprovação dos testes em humanos.

A ideia para a criação do imunizante, nomeado SpiN-TEC, surgiu ainda na pandemia, quando o Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG (CTVacinas) usou a experiência de desenvolvimento da vacina contra a leishmaniose para iniciar os estudos de criação do imunizante contra a Covid-19. 

A integrante do Comitê Gestor do CTVacinas, professora Ana Paula Fernandes, explica que a pesquisa tinha o objetivo de criar uma vacina eficaz e mais barata.

“Com a chegada da pandemia, usamos essa experiência e esse conhecimento para conceber o princípio da vacina que a gente acreditava que seria a alternativa mais eficaz e mais barata que o Brasil teria condições de produzir em escala” conta. “Não haviam chegado as vacinas de RNA, e elas estavam ainda em desenvolvimento das vacinas, como a AstraZeneca, desenvolvida por Oxford, por exemplo”, destaca. 

Com o objetivo traçado, o grupo de pesquisadores decidiu desenvolver uma vacina diferente, optando por utilizar uma proteína recombinante quimérica. “A gente transfere o gene do antígeno do SARS-CoV da Covid para uma bactéria e coloca essa bactéria para produzir esse antígeno dessa proteína. E ela é quimérica porque combina as regiões do genoma do vírus que codificam para dois antígenos”, explica.

A vacina de RNA é um corpo neutralizante, ou seja, como uma barreira impedindo que o vírus entre na célula. Método que, a cada mutação do vírus, precisa ser estudado e atualizado. Já a SpiN-TEC, segundo a professora, prevê a indução da imunidade celular. “Nossa vacina tem a perspectiva de ser produzida constantemente, sem novas inovações e modificações. Além da possibilidade de induzir a proteção, mesmo que o vírus esteja variando.” 

Fases de testes clínicos

Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) requer que estudos de vacinas em por três fases de testes clínicos para ser aprovada ou não.

Os estudos estão sendo desenvolvidos há cinco anos. Em 2020, foi feito o desenvolvimento estrutural da molécula, para obter células expressando o antígeno, ou seja, moléculas capazes de reagir com um anticorpo. No mesmo ano, também foram feitos testes em animais. “Apresentamos todos esses dados para a Anvisa, que autorizou o início da fase um do ensaio clínico”, explica Ana Paula. 

O primeiro teste contou com 48 voluntários. Nesse momento, foi feita uma comparação de uma dose de reforço entre a vacina SpiN-TEC e a AstraZeneca, imunizante disponível na época. “Os dados mostraram que, comparado a uma vacina que já estava no mercado, quando a gente dava a Spintec e comparava com um grupo que recebeu a Astrazeneca, a gente tinha uma vacina tão segura ou mais que a Astrazeneca.” 

Com o aval da Anvisa em relação à segurança da vacina, o estudo ou para a segunda rodada de testes clínicos, que recebeu 360 voluntários. Esta fase contou com mais uma comparação da SpiN-TEC com a Pfizer, outra vacina que estava disponível no mercado. “Ainda estamos em discussão com a Anvisa para dar continuidade ao estudo e avançar para a fase três”, explica Ana Paula Fernandes. 

A terceira e última fase de testes clínicos vai contar com cerca de 5 mil voluntários. “Mesmo que a gente não vá para a fase três, é um marco para a ciência brasileira. Porque a patente é nossa, nós temos infraestrutura e condição para produzir essa vacina. Estou muito otimista que a gente deve ir para a fase três, porque, com os dados até aqui, a vacina é segura.”

Centro Nacional de Vacinas 

Nesta quinta-feira (15/5), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai promover uma audiência pública para discutir sobre o futuro Centro Nacional de Vacinas. A reunião também vai debater a importância do CTVacinas para a ciência e saúde pública do Brasil. 

 
 
 
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BH vai sediar o primeiro Centro Nacional de Vacinas que já está em fase avançada de construção no BH-TEC, o Parque Tecnológico da capital mineira.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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