SAÚDE

UFMG desenvolve novo teste diagnóstico para Covid-19; entenda

Exame é feito por meio de amostras de sangue e permite diferenciar quem está infectado e se a pessoa foi imunizada. A ideia agora é levar o teste para o mercado

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Uma pesquisa que nasceu de uma dissertação de mestrado, no início da pandemia, deu origem a um novo teste diagnóstico para Covid-19. O trabalho, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), surgiu em um cenário de escassez de testes no Brasil e altos custos de importação, e, recentemente, foi licenciado para uma empresa brasileira. A expectativa é que ele chegue às prateleiras para o aos consumidores.

O teste veio da dissertação de mestrado de Daniel Lair, atualmente doutorando no ICB. Ele explica que em março de 2020, bem no início da pandemia, já havia sido aprovado para iniciar o mestrado e, com a coordenação do professor Rodolfo Giunchetti, do Departamento de Morfologia, surgiu a ideia de desenvolver uma forma de diagnóstico de baixo custo. 

“Quando foi iniciado os testes diagnósticos eles estavam com um valor muito alto e eram testes importados. A tecnologia foi interditada e isso dificultava muito o o para as pessoas e também o retorno das pessoas ao convívio social, ao convívio ao trabalho.” explica Lair. 

Testes já disponíveis no mercado 

Atualmente, existem diferentes exames laboratoriais indicados para investigação do diagnóstico para Covid-19. Os mais conhecidos são: 

  • Teste Molecular (RT-PCR): exame feito a partir do material coletado da garganta e do nariz;
  • Sorologia para Covid-19 Anticorpos Anti-SARS-CoV-2-IgA e IgG: testes sorológicos realizados em exame de sangue, a partir do método ELISA. 
  • Teste rápido qualitativo IgG e IgM anti-COVID-19: testes rápidos em amostra de sangue e pode ser feito em casa. 
  • Sorologia para COVID-19 Anticorpos anti-SARS-CoV-2 IgG – realizado em amostra de sangue pelo método ELISA.

O estudo chegou a dois tipos de teste: o método ELISA, destinado para laboratórios, e o teste rápido, em que o indivíduo pode fazer em casa. Lair explica que ambos os testes já estão disponíveis no mercado, mas a pesquisa conseguiu atingir a eficácia do diagnóstico, mas com um custo muito mais baixo. 

O método ELISA é uma forma de teste em que o profissional da saúde recolhe uma amostra de sangue do paciente e em 96 poços de uma microplaca, para a detecção de antígenos ou anticorpos contra bactérias ou vírus. “A diferença é que o teste comercializado tem um bom desempenho, mas um valor muito alto. O nosso teste também teve um alto desempenho, mas baixo custo no seu desenvolvimento.” destaca Lair. 

Já o teste rápido, pode ser feito em casa. Lair conta que é bem parecido com testes de gravidez, por exemplo. Ao colocar gotas de sangue no dispositivo, uma fita absorvente leva a amostra até o reagente que identifica o resultado positivo ou negativo. 

Orientado pelo professor Giunchetti, o estudo também contou com a a subcoordenação do professor Alexsandro Galdino (UFSJ), além da parceria com Unifenas, UFLA e Unila. 

Para o a realização do trabalho, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) investiu R$ 750 mil no projeto, valor que permitiu a criação de um teste nacional de baixo custo e alta eficiência.

Inicialmente estimado em R$ 5 por paciente, o custo foi reduzido para menos de R$ 1 em escala laboratorial, com potencial de ficar ainda mais ível em uma produção em larga escala.

Conforme explica Giunchetti, a ideia era tentar diferenciar quem estava infectado e, eventualmente, quando houvesse vacina disponível, perceber se a pessoa foi imunizada, diferente dos tradicionais que se ocupam com a detecção de anticorpos. "Fizemos um teste que é capaz de detectar vários subtipos de anticorpos, por meio de amostras de sangue, que podem ser coletadas em laboratórios", afirma ele.

O exame trabalha com três tipos de Imunoglobulina - anticorpo. São eles: IgG, IgA e IgM. "Esse último é muito comum na infecção, chamada de aguda. O IgG é quando começa a ter um aumento do anticorpo, que é de fase crônica da doença. Já o IgA é um anticorpo de mucosa, seja oral, intestinal, genital, que ajudam na defesa", descreve o coordenador.

Os anticorpos então, foram utilizados para detectar se a pessoa poderia ter tido a infecção, e depois a possibilidade de ter um biomarcador (positivo) - característica usada para diagnosticar, prever e monitorar doenças, e avaliar a resposta a tratamentos - de pessoas vacinadas.

os para a comercialização

O teste foi licenciado para a empresa Vida Biotecnologia, o que representa um o importante para a aplicação prática do conhecimento produzido dentro da universidade, com potencial de fortalecer a autonomia científica e tecnológica do país. 

Rodolfo esclarece que a UFMG não pode comercializar nenhum produto, mas o mercado pode solicitar a transferência da tecnologia para exploração econômica.

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"A atuação da universidade vai até o desenvolvimento. Em uma eventual transferência, como aconteceu conosco, agora a empresa que detém o direito de exploração econômica vai escolher se vai colocar no mercado imediatamente o teste. A estratégia agora é da própria empresa, mas imaginamos que em breve esse teste pode chegar nas prateleira para os consumidores", afirma ele.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

 
 

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